Porque há um só Deus, e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.(1 Timóteo 2:5)

RÁDIO RIOS DE ÁGUA VIVA

26 de setembro de 2016

Coração de Pedra, Coração de Carne (Parte2)

Desde que publicamos os dois artigos sobre o louvor, em maio, nunca vimos um assunto ofender a tantos quanto a “parte 1” desse texto. É incrível como tantos cristãos realmente desconsideram os claros alertas do Senhor de que a menos que nos entreguemos por completo a Ele não teremos uma morada no céu (Mt 10:37-39).

Ignoram, simplesmente ignoram as palavras do nosso querido Jesus. Insistem em argumentar que o corpo, como um deles escreveu, “não passa de uma casca”, dando a entender que desde que o indivíduo “entregue o coração a Deus” aquilo que ele faz no corpo é irrelevante para o Senhor. Chego a ficar sem palavras frente a tamanha aberração (Ro 6:13). É por isso que é praticamente impossível diferenciar o cristão do mundano nesses últimos dias. Afinal, se ambos se entregaram às paixões da carne, como poderia haver qualquer distinção? A luz já não ilumina. O sal perdeu o seu sabor.

Mas deixemos esses blasfemos sob os cuidados do Senhor e falemos agora sobre como transformar um coração de pedra em um coração de carne. Primeiramente, lembremos que isso só é possível porque existe uma promessa do Pai para nós, os seus escolhidos, que Ele nos concederia essa graça (Ez 11:19-20). É somente porque as promessas de Deus nunca falham que se torna possível essa transformação.

O maior dos mandamentos, segundo o nosso amado Jesus, é: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma, de todas as suas forças e de todo o seu entendimento. ” (Lc 10:27). Note que se inicia no coração e termina na mente, ou entendimento. Mas como podemos amar o Senhor dessa forma se temos um coração tão inclinado ao pecado? (Jr 17:9) Ele precisa ser transformado. Na realidade, enquanto estivermos nesse corpo temporário ele é mais controlado do que transformado. Coração não é mente. A mente por si mesma é neutra, podendo ser facilmente influenciada. O coração é a força que impulsiona os nossos desejos e influencia (mas não domina) a nossa mente em uma determinada direção. Se a mente é a vela de um barco, o coração é o vento. Embora não temos o controle direto do vento, temos o controle direto da vela. Dessa forma escolhemos em que direção seguiremos.

O coração, que se alimenta daquilo que a mente se ocupa, é gradativamente moldado. Encheremos então a mente com o santo e eliminaremos todo o interesse mundano (Ro 12:2). Procurar apenas eliminar certas coisinhas do mundo não funcionará. Foi exatamente por isso que o Senhor não disse que devemos nos afastar do mundo, mas sim que devemos morrer para ele (Mc 8:35). Bem radical, mas funciona. Falo por experiência. Já há muito tempo procuro evitar tudo aquilo que não me aproxima do Senhor: assistir filmes, seriados, esportes, noticiários; acompanhar política; ler qualquer coisa secular… Uso uma regra bem simples para determinar o que entra e o que fica de fora: Isso agrada ao meu Deus, sim ou não? Se não me leva à semelhança de Cristo, é eliminado (1 Jo 2:6; 1 Pd 2:21; Ro 8:29). Dessa forma, pela graça que me foi concedida, mantenho esse meu coração rebelde sob controle. Orando baixinho o dia todo, clamando pelo nome de Jesus, em estudo e jejum, sigo adiante, aguardando feliz e ansioso o dia que o meu nome for chamado. “Cria em mim um coração puro, ó Deus. ” (Sl 51:10).


Espero te ver no céu. —Markus DaSilva
http://br.markusdasilva.org/ 

Coração de pedra, coração de carne (parte 1)


Eu fico pasmado com o número de cristãos, geralmente homens, mas também algumas mulheres, que insistem em defender o argumento de que tudo o que Deus quer do ser humano é o coração. Eles imaginam-se sábios e de uma espiritualidade superior. Pensam que pessoas como nós, que procuram a santidade como um todo, espírito, alma e corpo (1 Ts 5:23), nos enganamos quando obedecemos a Jesus e nos separamos do mundo. Imaginam eles que o importante para Deus é “somente manter o coração puro”.

Será que esses filhos das trevas estão tão iludidos que realmente creem que existe algo de bom no coração humano? Será que não veem que o pecado afetou absolutamente todo o homem e de uma forma muito especial o coração? Imaginam eles que Deus aceita o coração deles enquanto o corpo se deleita no pecado? Aparentemente sim.

Queridos, se tivéssemos como controlar os desejos do coração, à parte do corpo, o Senhor não teria nos dado nenhum preceito que envolvesse o físico. Não matarás, não furtarás, não adulterarás… seriam mandamentos desnecessários pois bastaria nos dizer: “mantenham o coração santo!” Tendo um coração santo, naturalmente nos distanciaríamos de todo o pecado, pois é do coração que procede todo o mal (Mt 15:19).

O Senhor é perfeito na sua criação. Como não temos como controlar diretamente o nosso coração, o direcionamos com as ferramentas ao nosso dispor: a mente e o corpo. O nosso criador sabiamente nos deu uma mente com a capacidade de controlar a nossa boca, os nossos olhos, os nossos ouvidos… e tudo aquilo que constitui o nosso eu (Pv 23:19). Ao utilizar o corpo como um instrumento de controle, privamos o coração de alimentar-se do mal. Assim, pela fé renovamos o nosso coração de pedra, duro, crendo e agindo em cima da promessa que receberíamos do Senhor um coração de carne (Ez 36:26).

Cabe aqui uma explicação do que é o coração do ponto de vista espiritual. O nosso coração é aquilo que realmente somos. Todos os desejos e sentimentos partem dele. O coração de Adão e Eva era puro, sem maldade, sem nenhuma inclinação ou desejo corrompido. Um coração assim é capaz de decidir, por si mesmo, entre o bem e o mal. Já o nosso coração perdeu essa capacidade (Jr 17:9). Toda a nossa índole é para o mal, mesmo quando no nosso entendimento estamos fazendo o bem, no fundo possuímos uma motivação errada (Is 64:6). Por isso precisamos do Espírito Santo para nos direcionar ao rumo certo, contrário ao que o coração deseja (Ez 11:19). Davi era um homem segundo o coração de Deus porque nele estava a unção do Espírito (Sl 51:11).

Amados, sei que esse é um assunto difícil, mas é muito necessário que entendamos para que não creiamos em fábulas criadas pelos amantes desse mundo que procuram nos convencer a abandonar a luta contra a carne. Imploro que não ouçam esses enganadores. Eles “são escravos da corrupção, pois o homem é escravo daquilo que o domina” (2Pd 2:19).  Lembro-lhes que não temos nada que possamos oferecer a Deus a não ser a nossa obediência incondicional; ainda que imperfeita, é a única coisa que Ele pede e a única coisa que aceitará (Lc 6:46). Se o Senhor permitir, no próximo texto explicaremos como transformamos o nosso coração. 

Espero te ver no céu. —Markus DaSilva
http://br.markusdasilva.org/